Presidente Prudente

Política dos governadores

Artigo de Thiago Granja Belieiro

ícone relógio11/05/2022 às 21:03:02- atualizado em  
Política dos governadores

Parece claro o alinhamento político e ideológico da atual administração municipal com o bolsonarismo. Desde o início do seu mandato, o prefeito Ed Thomas dá sinais claros desse alinhamento. Logo em Janeiro de 2021, ao assumir a prefeitura, o primeiro ato administrativo assinado pelo prefeito foi a abertura do comércio, no auge da pandemia. Precisou recuar diante das pressões do Ministério Público. 

Meses depois, a prefeitura municipal iniciou a tentativa de distribuição dos kit covid, com remédios ineficazes contra a covid-19. Mais uma vez, precisou recuar diante de ação do Ministério Público. Ainda como deputado, Ed Thomas esteve em Brasília em 2020, e em 2021, já como chefe do executivo municipal, visitou Brasília por duas vezes, em fevereiro e agosto, sempre com o intuito de apresentar projetos e reinvidicar verbas e investimentos para a cidade. Nesse ano de 2022, nova visita, dessa vez, com convite para inauguração da Estação Cidadania, a ser inaugurada no residencial Cremonezi. 

O Presidente da República, por sua vez, sempre recebeu o prefeito de braços abertos, com cumprimentos efusivos e fotos para as redes sociais. O chefe do executivo, por sua vez, deu sinais de reciprocidade, ao visitar Prudente em 2021, participando no munícipio de uma motociata em sua homenagem e participando da cerimônia de credenciamento do Hospital do Cancêr, que desde então, passou a realizar atendimentos pelo Sistema Único de Saúde. 

Durante a República Velha (1889-1930) essa prática de troca de favores políticos ficou conhecida como política dos governadores. Na ocasião, presidentes e governadores, contando com a participação de prefeitos e lideranças políticas locais, os famosos coronéis, estabeleciam acordos políticos de mútuo apoio e uma vez com a vitória garantida nas eleições, presidentes e governadores destinavam recursos e investimentos aos estados e municípios que lhe deram apoio. Algo normal e que fazia e ainda faz parte da política brasileira. 

A pergunta que fica é, quais os reais benefícios tiveram os prudentinos com essa parceria? A crise financeira do Hospital do Cancêr é notória e vem sendo noticiada desde outubro do ano passado, poucos meses após o credenciamento do SUS. Naquela ocasião o défici mensal chegava a algo em torno de 2 milhões de reais. No útimo mês, foi noticiado demissões em massa no hospital, repasses insuficientes do SUS e crise generalizda. A parceria com a Santa Casa têm sido a última esperança para aqueles que necessitam de atendimentos no Hospital da Esperança, rebatizado após o credenciamento junto ao SUS. 

Bom, o Presidente têm dito desde 2018 que não compactua com a política do toma lá, da cá, e nesse caso, parece claro que continuará nesse caminho, ao menos, no que se refere a Presidente Prudente. 

 

Foto: Reprodução - Google Maps

 

Compartilhe: